Destino final da histórica cavalgada de Guimarães Rosa, a pequena Araçaí, na região central de Minas, foi também a última parada desta etapa do Gerais+Minas. O caminho percorrido, dessa vez, foi pelos trilhos da antiga ferrovia.

A Estação de Araçaí foi fundada em 1902 e a cidade chegou a exportar milho para a Argentina, destacando-se na exportação de cereais. Isso até gerou ciúme de cidades vizinhas, como disse o Herácio, que já foi político e conhece bastante a história local. Ali, o trem está ligado à vida de muitos. O Antônio nasceu e cresceu em Araçaí e sempre sonhou em trabalhar na estação. Após passar por uma fábrica de tecidos e pela roça, tornou-se ferroviário. Já a Marília é filha e irmã de ferroviários. Nasceu e cresceu perto do trem, já que o pai morava na casa de chefe da estação. Entre as memórias, um quadro pintado por ela revela as cores originais da estação, bem diferente do atual azul e branco.

O que também mudou foi o uso da estação. Reformada, hoje ela abriga um centro cultural, com oficinas e objetos de folias de reis e outras manifestações culturais. A Prefeitura tenta, com o DNIT, a cessão do local em frente à estação. Isso permitiria ampliar o espaço cultural para a população.

Já na zona rural, a equipe do Estações encontrou uma outra realidade. Parte do conjunto da Estação Carvalho de Almeida está totalmente destruída, lembrando os rastros de abandono do Trem do Sertão encontrados no Norte de Minas.