Ainda em Montes Claros, nossa equipe bateu um papo com o historiador e professor da Unimontes Laurindo Mekie Pereira, que contou um pouco da história do trem na região e da praça em frente à estação, onde há uma estátua de Francisco Sá, Ministro de Viação e Obras Públicas no início do século XX. Mineiro de Grão Mogol, ele é considerado o pai da ferrovia na região.

De lá, a equipe seguiu pelo sertão mineiro para conhecer as estações até Monte Azul. O trecho Montes Claros-Monte Azul foi o mais duradouro do Trem do Sertão, em atividade até 1996.

Em Capitão Enéas, na vendinha em frente à estação central, Oscar Velho contou detalhes das estações por perto. Dali em diante, casas e estações largadas ao tempo, como a de Caçarema e de Quem-Quem (Janaúba). Muitos locais começaram a ser povoados ao redor das estações e com o fim do trem de passageiros, usado para escoar a produção local, a vida ali ficou inviável. Para se ter ideia, a passagem de trem era quase quatro vezes mais barata que a de ônibus. Hoje, nesses trilhos, o caminho é solitário e as memórias, despedaçadas, vão aos poucos se esmaecendo.