Nossa equipe chegou a Jabó (como carinhosamente é conhecida Jaboticatubas): lugar de belas paisagens, boa gente e tradições culturais, religiosas e folclóricas.

No distrito de São José da Serra, a Marinalva, dona de uma aconchegante pousada, mostrou sua produção de licores – são 22 sabores de frutos do cerrado – e geleias. A valorização das riquezas naturais locais vai além da cozinha: ela está estudando sobre raízes e desenvolve, junto com o marido, vários projetos de sustentabilidade, como cercar nascentes e fazer mudas para doar. A Marinalva é de Almenara, no norte do estado, mas há cinco anos se encontrou nesse outro cantinho de Minas.

Quem também fez do local sua moradia foi o Bruno Marques. Ele nasceu em BH, viveu até os 12 anos em Jaboticatubas, voltou pra capital, onde estudou e trabalhou em uma grande empresa, até resolver voltar para as suas raízes na Serra. Lá, tem um bar que é palco de várias manifestações culturais, com muito tambor, canto e jogo de verso. Sons que ecoam pela Serra do Cipó.

Quem mostrou mais dessa musicalidade foi o Zé do Boné. Integrante da Folia de Reis, do batuque e do candombe, dançou e contou muitos causos de São José da Serra.

Seguindo o bater dos tambores, nossa equipe foi até o tradicional Quilombo Mato do Tição. O Lindomar e seu pai, Seu João, contaram um pouco da história da comunidade e da luta por mais espaço, especialmente para plantação. O Quilombo ficou conhecido como “Matição” – tudo junto em um bom mineirês- pois o local era uma mata muito fechada e, quando começaram a abrir caminho por lá, utilizavam um tição (pedaço de madeira pouco queimado) para enxergarem e se protegerem de bichos.