Senta que lá vem história. Mas, se tiver medo de assombração, é melhor correr… e sem olhar pra trás! Jequitibá, capital mineira do folclore, é assim: cheia de causos, lendas e muita história. Surgiu na rota dos bandeirantes por volta de 1670. Indígenas moravam na região, que depois recebeu portugueses e escravos. Essas origens contribuíram para uma rica e diversa cultura.

Nossa equipe conversou com o Joaquim, que participa de sete folias, entre elas a de Reis, São Sebastião e São Gonçalo. Ele, que ainda atua na festa de Encomendação das Almas, contou vários casos de pessoas que viam assombração na roça (curiosamente, as visões diminuíram com a chegada da energia elétrica). Na festa, um grupo de homens sai à meia noite, com uma catraca (instrumento musical), cantando e rezando para as almas. Dizem que quem olha pra trás vê assombração, e ninguém – especialmente a criançada- ousa abrir as janelas ou portas. Quem contou detalhes da festa e da história da cidade foi a Tânia, que escreveu um livro de causos do arraial de Jequitibá. Em setembro, o Festival de Folclore movimenta a cidade com manifestações culturais como as folias, pastorinhas e cantadeiras.

A Dona Marly é do grupo Cantadeiras do Souza, local onde nasceu e vive até hoje. Ela relatou o pesado trabalho na roça, que ficava mais leve quando cantavam e jogavam verso. Hoje, o grupo das Cantadeiras atua também fora de Jequitibá. Recentemente, teve uma música na trilha sonora da popular série “Cidade Invisível”, da Netflix.

Para encerrar a visita, um pôr do sol na Lagoa Pedro Saturnino. Ponto turístico da cidade, fica perto da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento (datada de 1818, é tombada pelo Iepha/MG) e tem uma ilha no centro. É a Ilha do Castelinho, que deverá se tornar o CAT (Centro de Atendimento ao Turista) e local de exposição de artesanato, que também é destaque no município.