Rumo a Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho, a equipe do “Minas da gente” parou no meio da Serra do Cipó para registrar a estátua em homenagem ao lendário Juquinha, morador da região que recebia, com flores, os visitantes. Era um indício do que encontrariam a seguir: um povo simples, acolhedor, que ama sua cultura e a natureza. O destino, querido por muitos de BH para passar os dias de folga, é cercado pela serra e cheio de cachoeiras.

E foi um outro Juquinha que recebeu nossa equipe com música, acompanhado da esposa, Dona Lina, e do Seu Jário e sua sanfona. O “batuque do Seu Juquinha” começou com músicas tiradas nas rodas de trabalho, na lavoura. Muito animado e requisitado, tornou-se uma tradição diária que muitas vezes virava a noite, independente do trabalho no dia seguinte. Dona Lina aprendeu a cozinhar aos 8 anos e tem um restaurante, hoje tocado pelas filhas.

Quem também aprendeu a cozinhar cedo, aos 10 anos, foi a Dona Socorro. As duas mulheres compartilharam um árduo trabalho: carregar a comida de quem trabalhava na roça. Pelo mato, equilibravam várias panelas na cabeça, dentro de um balaio. Em frente à sua casa, no pé da serra, dona Socorro ainda comentou sobre as dificuldades da falta de água.

Em um ano com poucas chuvas, a seca também foi relatada pelo condutor ambiental Vilmar, que destacou a luta e o interesse das pessoas da região em preservar a cultura, além do meio ambiente. Ele, que ainda é músico, registra em suas composições o modo de vida local.

Você sabia?
O andarilho Juquinha faz parte da cultura da Serra do Cipó. As flores que colhia eram oferecidas a turistas ou trocadas por objetos do seu interesse. Sua icônica escultura, um dos atrativos do Circuito Serra do Cipó, às margens da rodovia MG-10 (KM 117), possui cerca de 3 metros, foi feita em cimento e esculpida pela artista plástica Virgínia Ferreira há 35 anos.