A rapadura é doce, mas não é mole não. O Seu Antônio Jacinto, de 67 anos, que o diga. Na zona rural de São Gotardo, ele produz o quitute artesanalmente. A equipe do Minas da gente esteve lá e viu de perto o trabalho que dá pra fazer o doce: do plantio da cana, passando pelo transporte ao engenho, em carro de boi, e por aí vai.

O plantio de cana-de-açúcar na cidade, localizada na mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, rende também pinga. O Fio é um dos produtores, vende no atacado. Trabalhava desde criança e, assim como o Seu Antônio Jacinto, aprendeu o ofício com o pai. Agora, passa o conhecimento para os filhos.

O que também passa de geração em geração, além da rapadura e da pinga, é a bolacha de rapadura. Já ouviu falar? Ela é uma tradição de São Gotardo. Dizem que todo mundo sabe fazer, de homens a mulheres. Quem mostrou a receita pra equipe do Minas da gente foi a Egislene. Ela começou a vender o quitute, que aprendeu a preparar com a mãe, durante a pandemia.

Não é só a rapadura que reina na cidade. Também tem tradição cultural que vai além do doce. A equipe acompanhou, em frente à igreja Nossa Senhora do Rosário, uma apresentação das mulheres do Terno Beija-flor, e conversou com a Patrícia, que participa do grupo há quase três décadas, desde os 10 anos. Pra quem não sabe, os ternos do Congado são manifestações populares afro-brasileiras que celebram e fortalecem a religiosidade e cultura dos antepassados. Em São Gotardo, também há outros ternos, como o Bombachinho e o Congo Real Unidos do Rosário.